terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

50 - Como esquecer?

Tomei um banho, passei meu perfume favorito, só um pouquinho aqui e outro ali - afinal se for trombar com o Clark por lá que pelo menos esteja cheirosa - e estava começando a me arrumar para o trabalho, não tive coragem para correr ou coisa alguma, só tive coragem mesmo de levantar da cama e olha lá. Todo o meu "eu nem ligo" desapareceu quando fiquei sabendo que o Clark estava de volta. Meu coração disparou no mesmo instante e tudo o que havia ensaiado de não importava foi pelos ares. Pensar em encontrá-lo a qualquer momento no hospital fez minhas pernas fraquejarem. Pensar é uma coisa e fazer acontecer é outra totalmente diferente.



"Talvez ele nem apareça" - Pensei ao me arrumar, mais do que o necessário devo admitir. Cheguei ao trabalho e lá estava ele, logo na entrada olhando para a porta, para mim. Seus olhos fixaram aos meus, senti meu rosto queimando, ficou me observando até eu me aproximar mais, dando um leve sorriso. 
- Bom dia Diva - seu sorriso ampliou um pouco mais .
- Bom dia Clark - Minha voz mal saiu, deixei meus cabelos cobrir parte do meu rosto para tentar esconder o meu rubor, estava com uma séria desconfiança que eu estava prestes a desmaiar bem ali no meio do hospital.


 Passei direto para o banheiro, teria que refazer minha maquiagem, mas eu precisava lavar meu rosto e ficar sentada por lá durante um tempo, pelo menos sei que ali não serei incomodada. - Eu que estava decidida a esquecer estou nesse estado patético de adolescente apaixonada, "mas que merda, que droga, que porcaria"  ficava repetindo mentalmente como se isso fosse resolver alguma coisa. - fico me perguntando aonde vai toda minha coragem quando ele está por perto.



Finalmente estava um pouco melhor, fui pegar os prontuários destinados a mim, agora iria atender, sei que ali não seria incomodada por ninguém - Quer saber? se ele não quer nada comigo ou se eu sinto algo por ele não vai me fazer ficar trancada aqui o dia todo, não mesmo! Passei as mãos pelos cabelos e pela roupa e fui até a cantina, precisava de algo pra comer, não encontrei com ninguém pelo caminho, no fundo fiquei decepcionada, gostaria de olhar para ele mesmo de longe, porém ao me virar dei de cara com ele saindo da sala de exames.



- Diva, poderia falar com você um instante? - fiquei olhando para ele bem ali diante de mim, com aquele olhar e aquele sorriso... E tão perto, conseguia sentir seu perfume - "concentração Diva, respire, você tem que superar isso, vão se encontrar todos os dias no trabalho, coragem mulher"
- Claro. - Segui para a sua sala, e assim que a porta fechou estava pensando no seu "não foi nada, esquece", senti uma pontada de tristeza nisso. Esquece Diva, realmente você precisa esquecer. - Era só mais um assunto de trabalho dos muitos que sempre irão acontecer no hospital, nada mais do que isso.

2 comentários:

  1. Sabe que me tortura junto com essa conversa, não sabe?
    Só quero saber no que isso vai dar... ¬¬

    Diva, Diva...

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    1. Eu? Não sei de nada. Eu também quero saber, mas não deve ser nada demais prima linda!

      Beijos querida

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