Sentada na cama tomei uma decisão e mandei uma mensagem dizendo estar morrendo de saudades para a Gabriela. Se ela e meu irmão não queriam mais nada um com o outro o problema era deles. Eu continuava amando a Gabriela.
Cochilei. Acordei com o meu celular apitando pela mensagem recebida. Era a Gabriela me contando que estaria de folga no dia seguinte e me convidando para almoçar com ela. Passou-me seu novo endereço; ficava mais longe do que imaginei.
Desejei que a noite passasse o mais rápido possível enquanto esvaziava minha mala.
Meu pedido foi prontamente atendido pelo Senhor Destino graças ao quanto estava esgotada. Dormi como uma pedra.
Não demorei e já estava na casa da Gabriela. Nem preciso dizer que faltei esmagá-la com meus abraços, certo?
O lugar era pequeno e repleto por milhares de caixas. Parecia que tinha chegado de mudança naquele mesmo dia.
- Ainda não teve tempo para arrumar suas coisas? - Perguntei durante o almoço.
Suspirou. - Nem vontade. Quando consigo alguma folga estou tão cansada que prefiro tirar o dia descansando. - Olhou ao redor. - Pelo menos as coisas mais necessárias consegui arrumar.
- Posso arrumar o que falta pra você?
- Não. Nem pensar.
- Por favor? Quero poder ajudar... Eu não tenho feito nada de útil faz tempos. A gente vai conversando e vou arrumando as coisas para você. Você já fez muito por mim, isso é o mínimo que posso fazer por você. - Tagarelei.
Acabou cedendo. E por incrível que pareça, eu realmente gostei do meu serviço. A casa parecia muito melhor quando terminei; não que eu tenha feito muita coisa. Desejei fazer mais vezes aquilo e então um pensamento me passou pela cabeça: Eu podia. Eu realmente podia.