A lindona da minha mãe
apaixonada por romances decidiu que seria legal me dar esse nome quando nasci:
Julieta. Sempre que algum engraçadinho me conhecia lá vinha uma porção de
piadinhas do tipo "Cadê o Romeu?"; criatividade que é bom esse povo
não sabe o que é não.
Já morava lá por quase
um ano e ainda não tinha me acostumado com o tamanho do lugar. Meu irmão tinha
comprado aquele apartamento uns dois anos depois de ter se formado em medicina
e quando ainda estava na faculdade conheceu a sua noiva Gabriela. Os dois são
as minhas duas pessoas preferidas no mundo.
Antes disso eu morava com
meus pais num lugarzinho bem mais simples. A cidade era pequena e meu irmão me
ofereceu estadia com ele enquanto eu quisesse. Não estava sendo muito fácil
encontrar algo que eu gostasse de fazer e que me desse bem... Sempre tinha algo
que faltava ou que me desagradava. Não queria que fosse mal interpretada, mas
felicidade em primeiro lugar. Preferia ser a irmã encosto que pula de emprego
em emprego do que ser, mesmo que só um pouco, infeliz.
Estava preparando o almoço
com a minha cunhada na cozinha. Feliz por ser domingo e poder ter meus dois
amores mais tempo por perto. Dei um abraço apertado na Gabi em resposta da
minha felicidade.
- Que isso, menina! - Sorriu.
Poucos minutos depois meu
irmão apareceu.
- Tem visita pra você,
Juh.
Era um senhor que nunca
tinha visto na vida.
- Pois não.
- Senhorita Julieta
Oliveira?
- A própria.
Ele me contou sobre uma
herança deixada por minha bisavó e pediu que eu o acompanhasse até o local.
Fiquei com os dois pés atrás. Eu com herança? Mas me mostrou o documento que o
meu irmão confirmou ser verdadeiro. O Clark e a Gabi se ofereceram para irem
comigo, mas o senhor explicou que seria melhor que apenas eu o acompanhasse e
assim foi.
Era uma casa linda de três andares com piscina e é claro que teria um "porém". Mais duas primas
de sei lá quantos graus que nunca tinha visto na vida iriam dividir a casa
comigo. Não podia ser vendida, não podia ser alugada, apenas compartilhada. Eu
não conhecia a minha bisa para entender seus motivos, só esperava que houvesse
algum e fosse bom.
A primeira a chegar com
seu cabelo extremamente vermelho foi a Valentine. Adorei o visual dessa, talvez
a gente fosse se dar bem. A segunda chegou com o nariz tão arrebitado que mais
um pouco quebrava o pescoço. Suspirei pesarosamente.
Notícia dada e o senhor foi
embora. As duas foram correndo escolher seus quartos. Eu não fazia questão de
nenhum em particular, ficaria com o que sobrasse.
Liguei para o meu irmão
para compartilhar o ocorrido. Clark ficou preocupado, mas eu estava mesmo
decidida em ficar por lá, dar um descanso para ele. Falou sobre ajudar com os
móveis e bancar tudo o que eu precisasse. Acostumada com tanto mimo, talvez
fosse ser para o melhor aquela nova experiência.
Juh. *-*
ResponderExcluirTe entendo perfeitamente, é bom ser mimada por alguém, mas às vezes precisamos aprender a andar com nossas próprias pernas.
Que legal que você é humilde, porque tem umas que não quero citar nomes que não tem nem em onde cair morta e acham que são donas do universo, sabe...
Pode contar comigo com o que precisar <3
Essa herança veio na hora certa.
ExcluirObrigada, Val *---*
Nossa quanto blá, blá, blá. Nem perdi meu tempo lendo esse chororô todo.
ResponderExcluir¬¬'
ExcluirEntrando nessa de gaiata... Talvez seja melhor viver com o irmão.
ResponderExcluirAlgo me diz que a convivência não vai ser fácil!
*o*