segunda-feira, 21 de março de 2016

64- Conforto

E as imagens de uma Valentine mais nova sendo alvo de zoações, solitária e insegura se forçaram na minha mente. Suspirei novamente. Natan tinha sido um dos que me atormentaram quando criança e só parou quando começou a se interessar mais em namorar do que rir da minha cara. Parecia ridículo tudo isso agora.

Balancei a cabeça numa tentativa não muito eficaz de afastar as más lembranças.
- E então, o que está te incomodando? - Perguntou.
Suspirei, tanto por ser um assunto que eu deixava o mais escondido o possível na minha mente, como por me sentir um pouco desconfortável em compartilhar aquelas lembranças.
- Só umas lembranças desagradáveis do tempo de escola. Não foram meus melhores momentos. - Tentei sorrir.

Silêncio. Observei a minha tia organizando as coisas em cima do balcão, na verdade tirando e colocando no mesmo lugar, sem me olhar como se estivesse escolhendo as palavras que iria usar. Então sorri de verdade. Achava bonitinho quando ela ficava daquele jeito quando conversávamos coisas mais sérias.
- Eu acho que te entendo. Passei por maus bocados quando jovenzinha também. - Pausou. - Sabia que já tive que correr pela rua fugindo de umas meninas da minha escola?

Olhei assustada para a minha tia. Ela sorria e sacudia a cabeça com a lembrança.
- Eu até hoje não sei o que fiz para tudo aquilo ter acontecido... Nem sabia que elas existiam até começar a ter que fugir delas.
- Nunca passei por tanto...
- Não seja boba, Valentine. Te conheço melhor do que isso. Você não precisa fazer pouco do que passou pra mim.

Minha tia já estava em pé do meu lado quando dei por mim. Levantei-me também. Olhou-me com ternura.
- Não deixe que essas lembranças te coloquem para baixo, meu anjo. Você passou por muitas coisas que ninguém nunca deveria ter que passar. Mas tenho certeza que todas elas fizeram de você essa mulher forte e determinada que está diante de mim.
Abraçou-me. Deixei escapar algumas lágrimas.
- Vou te deixar orgulhosa, tia!

- Você já me deixa... 

domingo, 20 de março de 2016

63 - Invasão familiar - Parte 2

Clark os convidou para passar a noite em sua casa, papai tentou recusar, mas eu também insisti, já que ele iria embora no dia seguintena segunda ele precisa trabalhar assim como o Danilo tem aula. Então nada mais justo do que passar o dia ao seu lado, acredito que vá demorar um pouco para que eu vá visitá-lo em sua casa. - Conversamos um pouco no quarto, mas não demorei, eles estavam cansados. 



Levantei logo cedo e fui pra cozinha, quando estava terminando o Clark apareceu para  me dar uma ajudinha. 
- Bom dia Diva, precisando de ajuda?
- Da sua ajuda vou precisar sempre - Coloquei a comida sobre o balcão para dar um bom dia decente à ele - Bom dia meu amor. - Quando terminamos de arrumar meu pai desceu com meu maninho para o café da manhã.



Durante uma parte do café da manhã percebi que meu irmãozinho é quieto e na dele, mas quando abriu a boca preferi que não o tivesse feito.
- Clark, vocês irão ter filhos? Sempre quis ter um sobrinho, meus amigos da escola tem sobrinhos, e olha que suas irmãs são bem mais novas que a Diva, eu achava que ela iria ficar encalhada para sempre porque o papai nunca falou que ela havia se casado - Clark sorriu abertamente, ele não pareceu incomodado com a pergunta, ao contrário de mim.
- Claro que você terá sobrinhos, se depender de mim, mas ainda não falamos sobre isso ainda.
- Eu não tenho culpa que as irmãs dos seus amigos não conhecem métodos contraceptivos Danilo - fiz cara feia, mesmo achando que ele não sabia do que eu estava falando.


- Mas primeiro, precisam se casar. Sobre isso já falaram, não é? - Meu pai falou, aproveitando a deixa do meu irmãozinho abelhudo.
- Claro que sim Sr. Odair - Clark respondeu imediatamente, fiquei morrendo de vergonha por meu pai estar falando sobre isso, parecia que eu estava com um namoradinho qualquer e fosse uma adolescente.
- Pai, por favor, estamos namorando a pouco tempo, não pressiona o Clark, ainda temos que nos conhecer melhor. - Clark segurou a minha mão por baixo da mesa e começou a massagear o meu pulso, ele sabe que estou nervosa.



- Tudo bem, eu entendo a juventude hoje em dia, MAS não entendo aquele tipo de roupa que estava vestindo ontem Diva. Você como uma médica não deveria usar tal tipo de traje, e ainda mais sendo uma jovem comprometida.
- Pai! Quando o Clark me conheceu eu já me vestia assim. - pelo jeito hoje será um dia daqueles...
- Nada que te impeça de mudar agora, ponha-se no lugar dele, gostaria que ele andasse por ai quase nu com outras mulheres olhando? - Ah por que ele me fez pensar nisso?! Claro que eu não gostaria nem um pouco disso. - O Clark não abriu a boca para me defender, sinal que concordava com meu pai, mas nunca disse nada.
- Tudo bem pai, eu vou melhorar um pouco se isso o deixa feliz. - depois disso a conversa ficou "normal" e conseguimos aproveitar o restante do dia.

quinta-feira, 17 de março de 2016

62 - Invasão familiar - Parte I

 Na maioria das vezes eu fico na casa do Clark, é meu segundo lar, adoro ficar aqui. Havíamos combinado de sair, hoje foi nosso dia de folga, fazia um certo tempo em que nós não íamos a lugar algum na cidade, na verdade ainda não saímos juntos como um casal. Era finalzinho de tarde e estávamos prontos para sair quando a campainha soou, nenhum de nós esperávamos por ninguém. 



Quando abri a porta me deparei com um menino de cabelos escuros, que me olhava curioso, eu conheço aqueles olhos e aquele menino, mas não pessoalmente, apenas através de fotos.
- Danilo? - Perguntei surpresa, e ele sorriu para mim de uma forma deslumbrante.
- Bem que o papai disse que você saberia quem eu era - Pulou e me abraçou forte, bem forte para um menino daquele tamanho.
- Claro que eu sei quem você é, papai me envia sempre fotos suas, e por falar nisso, cadê ele? Não veio sozinho, veio? Oh meu Deus, não vai me dizer que fugiu de casa! - Ele riu da minha teoria precipitada, mas o que pensaria em ver um menino de sete anos sozinho na porta da casa do meu namorado? E como sabia que eu estaria ali?
- Claro que não vim sozinho, papai se escondeu bem ali - apontou para o lado, de onde meu pais sorria - como ainda não o havia visto ali?
- Olá minha menina.



- Pai! - Corri ao seu encontro, seu abraço é tão reconfortante como nas minhas lembranças, eu adoro essa sensação, a saudade que eu sentia fez meu coração acelerar e segurei minhas lágrimas que estavam prestes à sair.
- O senhor está tão bem, senti tanto sua falta! Onde está a Emma? Como sabia onde eu estava?
- Quantas perguntas Diva, em primeiro lugar, sou muito jovem e sexy - ele sorriu - que fui pai muito novo, de uma menina linda que cresceu rápido demais, Emma está em casa, mandou lembranças e te espera para uma visita quando achar tempo para a família,  e uma moça muito simpática chamada Julieta me passou seu endereço. 



- Entrem, quero que conheçam alguém. - Fiquei ansiosa em saber qual seria a reação do papai em conhecer o Clark, antes de chamar já fui adiantando algumas coisas. - Essa é a casa do meu namorado pai, e gostaria muito que o conhecesse, e pelo amor de Deus não me envergonhe contando coisas do meu passado, coisas que só os pais conseguem fazer para humilhar os filhos na frente dos outros. - fiz a maior cara de piedade que consegui e meu pai sorriu.
- Prometo que vou me comportar.



Ele apareceu pouco depois, lindo como sempre, parou e observou os dois por um período curto de tempo sem entender aquela pequena invasão em sua casa.
- Clark, quero que conheça duas pessoas muito importantes na minha vida, esse é o meu pai, Odair e esse menino lindo é meu irmão Danilo.
- Prazer em conhecê-los - Depois de um breve aperto de mão e um olhar avaliador do papai (que vergonha) pude notar seu semblante de aprovação logo em seguida (que alivio). - Enquanto os adultos foram para a sala de estar conversar, Clark ofereceu sorvete para o Danilo e mostrou onde ficava o computador, que fiquei sabendo que ele é fascinado por tecnologia, assim como o meu amor.

sexta-feira, 11 de março de 2016

61 - Esclarecimentos

Naquele mesmo dia o Clark me acompanhou até em casa, já estava anoitecendo e não havia mais ninguém em casa. A Valentina estava no trabalho, a Juh, vai saber, anda mais do que notícia ruim. O convidei para subir, queria que ele passasse a noite comigo na minha casa, no início ele hesitou um pouco, mas acabou aceitando. 
- É só não fazermos barulho, tenho a impressão que essas paredes são feitas de papelão - Ele sorriu lindamente, deveria fazer isso mais vezes e abandonar aquela cara de sério.
- Podemos tentar, podemos tentar....



Depois de algum tempo ouvimos a porta do quarto da Juh bater, e digamos, bater meeeesmo. Estávamos conversando na minha cama, não tinha outro lugar para ficarmos a vontade. Ele quis ir falar com a irmã, mas eu disse que preferia enfrentar a fera sozinha, ela deve saber que o Clark estava comigo, sem dizer que deve ter visto seu carro ali perto. 
- Já volto, só preciso conversar com ela primeiro, depois se quiser ir, ou se ouvir gritos  fique a vontade pra ir ao meu socorro. Dei um beijo carinhoso e fui.



Respirei fundo e bati na porta, não esperei a resposta e entrei em seu quarto e sem fazer rodeios fui logo ao ponto.
- Poderia saber qual o seu problema comigo Juh? posso saber porque te incomoda tanto eu estar com o Clark? - Notei quando ela respirou fundo.
- Porque já basta ele ter tido o coração partido por uma! - Ela acha mesmo que eu vou fazer a mesma coisa que a xexelenta da ex namorada do Clark fez com ele? 



- Então agora você lembra o que a sua querida amiga songamonga o traiu? Não vou fazer o mesmo! 
- Claro que não vai! Vai fazer ele se importar com você e depois dar um pé na bunda dele! - Ela não confia em mim, de certa forma não a posso culpar, ela sabe sobre o Fausto, e quem aprovaria tal coisa? Mas, com ele é diferente... Quando olhei para seu rosto ela parecia estar prestes a chorar.
- Eu o amo Juh, pode achar que é cedo demais para isso, mas é a verdade. Nem tive coragem de dizer isso para ele ainda com medo dele não acreditar em mim.



Digamos que ela ficou de boca aberta, literalmente - Finalmente deve ter acreditado em mim, ficou parada me observando, na verdade fiquei em dúvida sobre sua próxima atitude e fiquei esperando. - Ela desfez a carranca anterior, me olhou séria por um momento e falou, sem tirar os olhos de mim, como se fosse algo como uma ameaça, não sei bem explicar aquilo, é sério, as vezes ela me dá medo.
- Bem, sendo assim eu não tenho nada contra - foi saindo do seu quarto e disse - Vou ficar de olho! - Deu uma piscadinha e desceu. - Estava me sentindo bem melhor agora, não que eu precisasse da sua aprovação, longe disso, ela querendo ou não eu iria continuar namorando o Clark.

terça-feira, 8 de março de 2016

60 - Jogo sujo

Pelo menos ele concordou que eu deveria ir em casa colocar minha roupa, ele ficou esperando na esquina, foi rápido. Durante o caminho vim explicando ao Clark que de certa forma entendeu o meu motivo, mas não significa que aceitou. - Entrei antes e ele veio um pouco atrás, com sua cara de bravo.
- Bom dia, bom dia sai cumprimentando todos, iria ignorar a Megumi, mas não tem como olhar para ela e não ter vontade de estrangular, então quando ia cumprimentar notei sua cara de sonsa para o Clark com o seu "Bom dia Dr." Não sei se foi para me provocar ou por educação ele sorriu e respondeu em uma desnecessária simpatia.



Agora foi a minha vez de ficar emburrada, fui esperar em sua sala. Fiquei plantada por vinte minutos até que finalmente ele apareceu.
- Bom dia Dra., posso ajudá-la em alguma coisa - falou sério
- Bom dia Dr., quero falar com você.
- Seu expediente começou há vinte e três minutos, tem uma pilha de prontuários e uma fila de pacientes à serem atendidos, não temos tempo para conversa. - Ele estava falando sério? Vai me tratar assim no hospital? Veremos!


Fui novamente ao seu encontro, inclinei minha cabeça ao seu encontro roçando meu nariz no seu pescoço, passei a mão pelo seu tórax, mas ele não se mexeu. - Empurrou meus ombros gentilmente para que me afastasse e disse.
- Assédio Moral ou Sexual é crime (art. 216-A, do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 10.224, de 15 de maio de 1991) Srta. Marques. Não queremos complicações aqui em nosso local de trabalho, não é? - Ele estava me castigando por querer manter o profissionalismo no hospital, mas eu também sei jogar esse jogo.



 - Pelo que sei Dr. Clark isso é válido se a abordagem, não desejada pelo outro e abordagem, de alguém em posição privilegiada que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de subalternos, o que até onde eu sei não é o nosso caso, ou é? Você não é meu subalterno, só para inicio de conversa.
- Você escolheu isso senhorita, então se me der licença, tenho trabalho a fazer, e você também - Ah ele iria mesmo levar isso a sério e não parece que vai ceder. Droga!!!
- Se vai ficar me tratando assim tenha um bom dia Dr. - Bati a porta com tanta força que o hospital todo acho que conseguiu escutar, mas eu não me importo.



Fiquei trabalhando e ele não veio até mim, pelo contrário, parece que fazia questão de manter a distância, isso não vai dar certo, ele está esperando que eu tome uma atitude e não vai ceder, ok, sei ele quer... Na hora da saída não tinha como fugir, fiquei esperando na recepção e assim que passou eu o chamei.
- Pois não? Em que posso ajudar Dra? - Peguei sua mão e o trouxe para perto. - Estava com uma cara de desconfiado.
- Estão aqui duvidando da minha mais nova notícia, que eu finalmente tenho um namorado. Então gente, aqui está ele, eu e o Clark estamos namorando - Ele puxou-me junto a si e me beijou sem se importar que estávamos ainda no trabalho. 

sexta-feira, 4 de março de 2016

59 - Como explicar?

Acordei cedo, antes do Clark que estava maravilhosamente lindo ainda dormindo. Peguei uma das suas camisas, por mais que a visão fosse tentadora não comemos nada ontem, não tivemos tempo para isso, eu estava com muita fome e com certeza ele vai estar quando acordar. Não sou uma mestre cuca, mas eu sempre tive que cozinhar, vida de universitária bolsista mal dava para sobreviver quem dirá comer fora.



Terminei de servir quando ele apareceu, só vestido com uma calça de pijama. Ele deu a volta no balcão e me atirei em seus braços.
- Bom dia - eu não sei quanto a ele, mas eu estava completamente feliz por estar ali, um sonho realizado. 
- Bom dia Sunshine.
- Sunshine? Que lindo, amei. 



- Raios de sol que estão iluminando o meu dia, com certeza. A palavra veio na cabeça assim que te vi - Se ele continuar assim tão meigo eu poderia até me jogar em seus pés. 
Trocando mais alguns beijos, Por um tempo até esquecemos a fome. Comemos rápido, tínhamos que trabalhar, infelizmente não posso faltar outro dia. Teria que ir pra casa logo, tomar um banho e me arrumar pra chegar a tempo.



- Porque não fica, toma um banho e vamos juntos? Sua roupa está limpa mesmo. - Aquele sorriso sem um pingo de vergonha surgiu novamente.
- Não vai dar mesmo - na verdade eu adoraria, mas não queria chegar juntos ao trabalho, tinha medo da repercussão que isso traria à mim, a minha capacidade no trabalho.



Sua expressão mudou, em uma velocidade incrível, fez meu coração se comprimir.
- Ok, vai se trocar que eu te levo - jogou o pano que estava secando as mãos dentro da pia com força e saiu.
- Clark espera! - Alcancei logo em seguida. - Eu adoraria ir com você - dane-se o que vão pensar, o que ele está pensando é mais importante. Durante o caminho tentarei explicar à ele o meu ponto de vista. Dei um longo beijo e quando nos separamos seu lindo sorriso estava de volta.

quinta-feira, 3 de março de 2016

58 - Sonhos que se realizam

Algo supremo mesmo aconteceu quando nossos lábios se encontraram logo em seguida, sem o gosto da bebida e totalmente lúcida deu pra notar que ele tem o gosto muito mais maravilhoso do que eu me lembrava, Puxei seus cabelos de leve, e, quando ele soltou um leve gemido em minha boca foi quase enlouquecedor. Não houve palavras nesse momento, apenas sensações e algumas assustadoras. 



Como dizem que tudo que é bom dura pouco, infelizmente constatei que essa é a mais pura realidade, levamos um tremendo susto quando a porta da sala abriu, sorte que não dava pra ver o que acontecia ali, Clark passou a mão na boca para ter certeza que não havia batom, mas logo voltou para dar o último selinho escondido antes que ela nos visse, e cochichou "- te espero lá fora".
- Tudo bem por aqui? Estava pensando em pedir uma pizza, que tal? O olhar da Julieta parecia tentar ler a minha alma, era aterrorizante. 



Quando ela virou para buscar o telefone, sem que a Juh notasse fez o sinal para que eu subisse, e depois descesse e saísse e que ele iria embora.
- Desculpe querida, não vou comer uma bomba calórica nem que me matem, dormi uma boa parte do dia e ainda comi pipoca, sabe quantas calorias isso possui? Boas calorias para vocês, eu vou para o meu quarto.
- Desculpe Juh eu tenho que descansar, deixa para outro dia. Vai um dia para conhecer a minha casa nova. - Escutei ela resmungando alguma coisa, mas já estava fora do alcance.



 Corri trocar de roupa, logo chegou uma mensagem "Estou te esperando na esquina" respondi em seguida, com o coração a mil "Estou indo" - Desci devagar rezando para não dar de cara com ninguém ali embaixo, estava parecendo uma adolescente saindo escondida de casa. Assim que o encontrei ele me puxou para si.
- Para onde vamos espertinho? - Consegui falar depois de recuperar o fôlego.  
- Podemos ir comer alguma coisa, ou podemos ir para a minha casa, você escolhe. - Se ele me convidasse para uma moita era bem capaz que eu aceitasse, mas sua cama com certeza é muito mais confortável.
- Quero muito conhecer a sua casa Clark - O olhar que ele lançou denunciou que ele concordava e muito com a minha decisão.



Não perdi meu tempo olhando a casa por fora, só por dentro percebi que era muito aconchegante e de bom gosto, deveria ter pago à uma decoradora, pelo que sei ele mudou para cá há pouquíssimo tempo. 
- Vem conhecer o resto - Ele pegou minha mão, e passou rapidamente pelos cômodos. Sala da jantar, escritório, banheiro, cozinha, os com portas fechadas ele só falava o que era. Agora vamos ver o andar de cima - eu só esperando ansiosa para que o tour terminasse em seu quarto - ele continuava nomeando - quarto 1, quarto 2 e meu quarto, esse sim ele abriu a porta e deixou para que olhasse - voilà!  Quando vi a cama tão convidativa não perdi meu tempo, esperei demais por isso, e começamos ansiosos a tirar nossas roupas.
PS: Vou parar por aqui, ninguém precisa saber do resto, principalmente a minha prima/cunhadinha Juh =P


quarta-feira, 2 de março de 2016

57- De volta ao estúdio

Já estava decidida a sair do meu atual emprego de qualquer forma, refletia no meu quarto. Depois da conversa com aquele rapazinho desastrado da piscina eu me enchi da coragem que precisava para não continuar num emprego que não me fazia nem um pouco feliz. Sorri agradecida ao lembrar da nossa conversa.


Iria me matricular em um curso de designer de interiores, mas de qualquer forma iria precisar de um emprego até concluir o curso. Não queria pedir ajuda ao meu irmão para achar um emprego. Lembrei do Paulo, ele conhecia muita gente, talvez pudesse me ajudar.
Assim que amanheceu, corri para o estúdio de fotografia.


Estremeci quando cheguei à porta do estúdio lembrando da última vez em que estive por lá. Em algum momento eu teria que encarar o Gustavo, só esperava que não fosse naquele dia e quem sabe nem em outro tão cedo...
E dei sorte, ou talvez nem tanta. Não tinha ninguém por lá. Suspirei. Eles precisavam melhorar isso, deixar o lugar sempre sozinho assim não parece algo muito inteligente.


Quase morri com o susto que levei quando dei uma de curiosa e fui vendo o estúdio, porque em um daqueles cubículos estava o Paulo.
- MEU DEUS! - Gritei sem querer.
Ele também se assustou, mas sem toda a minha cena, depois começou a rir.
- Estava dando uma olhada nas fantasias... Acho que precisamos de umas novas. - Explicou-se.


- Finalmente veio para uma sessão de fotos? - Perguntou.
Por um segundo esqueci o que tinha ido fazer lá. Que me perdoem as puritanas, mas que culpa eu tinha em esbarrar em seres atraentes? Não que fosse me atirar em cima de todos, mas daí a controlar as batidas do meu coração já é pedir demais.
- Juh?
A terra me chamando. - Na verdade, queria saber se você tem como me ajudar, Paulo. - Sorri sem graça.

terça-feira, 1 de março de 2016

56 - Prima ou cunhada? Eis a questão

A Juh desceu logo depois, com uma cara toda desconfiada quando viu o seu irmão sentado ao meu lado no sofá.
- O que está fazendo aqui Clark? Não avisou que vinha - seus olhos parecia que estava assistindo uma partida de tênis, olhando primeiramente para ele e depois para mim, parecia uma louca.
- Bela maneira de receber o irmão, vim ver como vocês estavam.
- VOCÊS?! Além de mim com quem mais aqui você anda se preocupando? - Sua sobrancelha arqueou de forma interrogativa, achei engraçado.



- Estava com saudade de você maninha, e a Diva saiu mal do hospital hoje, só queria ver se ela estava melhor.
- Sei, poderia ter ligado, "cê" sabe né? 
- O que você tem, heim? Está rabugenta e está me expulsando? - Agora estava entre um fogo cruzado, que maravilha. - Volto outro dia quando você estiver mais calminha. 
- Vocês fiquem ai se matando que eu vou pro meu quarto, eu não tenho nada com essa briga.



- Não estou mandando ninguém embora Clark, nunca faria isso, e você fica sentadinha ai. - O que tem esses dois com essa mania de achar que podem mandar em mim hoje? - Eu já estava de saída mesmo, e estou bem maninho, obrigada por se interessar. - Seu olhar voltou para mim e disse irritada -"Se comporta, não vou demorar" Eu sei que ela sabe que eu tenho uma quedinha pelo Clark e ela tem medo de quê? Sou tão inocente...
- Eu sempre me comporto prima querida, e vai pela sombra. - Ela foi, mas não sem antes olhar para trás e me fuzilar com os olhos.



- Ah que droga, perdemos quase metade do filme, agora vou ter que procurar outro, disse exasperada. 
- Vem cá - ele passou o braço por cima dos meus ombro - você anda muito tensa, já percebeu isso, não é? Anda até me ameaçando- claro que eu percebi, mas é só quando ele está tão perto, agora mesmo estou em ponto de desmaiar
- Tenho meus motivos Clark, e não lembro de ter te ameaçado.
- Lembro muito bem de ter ameaçado de querer me morder hoje - ah poxa vida, quase entrei em combustão, e quer saber é agora ou nunca.



- Apenas odaxelagnia, Clark. - Isso explicava tudo, pelo menos para ele...
- Então tem vontade de morder carinhosamente? Por exemplo, aonde? - Juntando a pergunta com o olhar que ele me lançou aquilo só poderia ser um convite, olhei em seus olhos por um tempo para ter certeza, em seguida e ele deu livre acesso para o seu pescoço, não pensei duas vezes. - "bem aqui, e aqui, por exemplo" - sussurrei em seu ouvido enquanto mordiscava sua orelha e seu pescoço. - Senti sua respiração acelerar um pouco, foi então onde descobri que o Dr. Clark não é indiferente à mim.

55 - Surpresa agradável

 Estava de mau humor logo cedo, sem dizer a noite que quase não dormi, como resultado fui trabalhar extremamente irritada.
- Passei pela recepção sem olhar, na verdade quase torci o pescoço evitando olhar pra cara da Megumi. "vagabunda" não tive como evitar essa palavra quando lembrei da imagem dela dando em cima do Clark na noite anterior.



- Bom dia - Deparei com um sorriso largo do Clark enquanto olhava para mim.
- Só se for para você - Joguei meu mau humor em cima dele, arrependi logo em seguida, mas isso o que fez rir ainda mais.
- Parece que alguém não está de bom humor hoje.
- Desculpa, não é culpa sua, eu só não estou bem, não consegui dormir direito, minha cabeça dói, em resumo eu estou me sentindo um lixo.



- Volta pra casa - Ele mandou imediatamente.
- Não posso, tenho que trabalhar eu preciso do meu emprego, sabia?! Tenho contas para pagar.
- Precisamos de pacientes curados e não que eles sejam atendidos por alguém que os faça sair daqui com medo dessa sua cara feia, dá pra desfazer essa ruga entre suas sobrancelhas? Parece que vai morder alguém. - Foi ai que ele me fez rir, mas ele mal sabia que se fosse para morder alguém não seria mais ninguém além dele. Pensando bem, se aquela vagaba pode flertar com ele, porque eu não? Decidi arriscar e aproveitar para ver sua reação.



- Tudo bem, eu vou para casa, colocar uma roupa confortável, tentar dormir ou assistir um filme comendo pipoca, fica ai com os enfermos, mas antes, só pra ficar sabendo, se for para morder alguém Clark, acredite, prefiro morder você . Beijinhos primo! Soprei um beijo pra ele e virei para sair, mas não sem antes vê-lo com a boca aberta, porém não disse uma única palavra, ficou apenas ali parado enquanto eu ia embora torcendo para a vaca ficasse bem ocupada e longe dele.



Depois de dormir boa parte do dia, banho tomado e ter colocado uma roupa confortável, estava me sentindo ótima, sem nada melhor para fazer fui assistir um filme e comer pipoca, por que não? Quando o filme ia começar a campainha tocou e quase me fez derrubar a tigela da minha mão quando abri a porta.
- Vim ver como você está, mas olha só parece ótima e ainda tem pipoca, cheguei na hora certa, não vai me convidar para entrar? 
- Claro, por favor, fique a vontade. A Juh daqui a pouco desce também,  pega pipoca e vamos assistir o filme que já deve ter começado.